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Guia completo para ensinar inteligência emocional às crianças

9 minutos de leitura

A inteligência emocional infantil serve para que as crianças possam crescer harmonicamente e ter relacionamentos saudáveis. Sem contar que ela é essencial para sabermos como lidar com os problemas e adversidades – dos mais simples aos mais desafiadores – que surgirão em nossa vida.

Para isso, é necessário, basicamente, desenvolver a capacidade de identificar as próprias emoções e reconhecer as do outro. Com isso, espera-se que a criança – e, futuramente, o adolescente e o adulto – possa agir com empatia e consciência dos seus seus sentimentos.

Neste post, você vai ver tudo o que precisa saber sobre a inteligência emocional em crianças: o que é, qual a importância e como estimular. Boa leitura! ❤

O que é inteligência emocional infantil?

A inteligência emocional infantil é a capacidade de reconhecer as suas próprias emoções, bem como entender os sentimentos de outras pessoas. Isso é fundamental para alcançar um comportamento e relações saudáveis ao longo da vida.

Ao construir essa habilidade, as crianças vão entender como lidar com os seus próprios sentimentos – algo essencial para pequenos(as) com timidez excessiva, por exemplo.

Isso será um passo fundamental para converter cada experiência em aprendizado, responsabilizar-se pelos próprios atos e ser um adulto mais saudável.

Além de tudo, desenvolver esta habilidade é um grande passo para o autoconhecimento. Afinal, ao reconhecer suas vontades, a criança poderá ser mais autônoma, e saber como externalizar as suas vontades e limites.

Outro ponto positivo é que ela aprenderá a lidar com as frustrações, perdas e decepções que surgirão ao longo da vida, conforme mostra o artigo do Find My Kids.

Duas meninas e um menino se abraçam e sorriem juntos

Qual a importância de desenvolver a inteligência emocional?

Desenvolver a inteligência emocional é importante para melhorar a autoestima, confiança e a motivação. Pessoas que têm esta habilidade são capazes de avaliar melhor suas atitudes, agir menos por impulso e ter uma vida mais equilibrada. Isso fica evidente, principalmente, em tempos difíceis.

Por esses motivos, é fundamental que a criança comece a aprender como lidar com as emoções desde cedo. Mais especificamente, logo nos primeiros anos da educação infantil.

Como desenvolver a inteligência emocional infantil?

O desenvolvimento da inteligência emocional acontece de forma lenta e gradual. Para isso, há pequenas atitudes e hábitos que devem ser treinados ao longo da vida.

Veja 11 dicas para ensinar essa importante atitude para os pequenos:

1. Incentive o diálogo

Ao incentivar que as crianças se expressem pela fala, elas terão mais confiança em si.

Dessa maneira, os pequenos conseguirão falar mais das suas vontades, do que as incomoda e, sobretudo, o que as faz felizes. Para fazer isso, uma boa ideia é recorrer a jogos e dinâmicas para crianças pequenas.

Além de estimular que os pequenos ouçam mais os próprios sentimentos, esse hábito pode desenvolver a fala. Com o tempo, as crianças procurarão novas palavras para se expressar e terão um vocabulário mais vasto.

2. Fale menos e faça mais

As ações são muito importantes para as crianças. Dependendo da idade, elas não são capazes de entender condicionalidade e, caso sejam muito novas, ainda estão aprendendo a lidar com as frustrações.

Por isso, pelo bem da sua relação com os seus filhos e da inteligência emocional deles, faça menos promessas e cumpra mais coisas.

Por mais que não pareça, o tempo que eles são pequenos e ficam em casa é muito curto. Quanto menos você esperar, eles já serão adolescentes, sairão para a faculdade e logo terão a própria casa.

Dessa maneira, ao invés de prometer passar um tempo com eles e ficar no “vamos marcar”, apenas faça.

Lembre-se: é melhor um tempo de qualidade no playground do condomínio do que planos de um passeio grandioso que nunca sai do papel.

3. Ajude seu filho a identificar emoções

Entender o que se passa dentro de nós é um passo muito importante na evolução pessoal. Isso é um grande indicador de autoconhecimento e inteligência emocional.

Quanto antes as crianças aprenderem como identificar as emoções, melhor será para elas. Então, recorra a atividades de reflexão para compreender as possíveis variações de sentimentos.

Uma boa maneira de fazer isso é recorrer aos filmes. Nesse caso, além de passar um tempo de qualidade em família, será possível conversar sobre como as personagens agiram diante de uma situação.

Ou seja, entender e identificar quais eram as emoções envolvidas em uma determinada cena. Para isso, recorra a filmes educativos infantis.

4. Use a arte como expressão

Um autor desconhecido uma vez disse que: “quando faltam as palavras, a arte é a melhor forma de se expressar”. Essa frase é tão verdadeira que recorrer à pintura, música e literatura é uma forma incrível de entender como a criança se sente.

Isso, inclusive, pode estimular seu filho a ser mais sensível e, portanto, mais inteligente emocionalmente.

Em certos casos, ter contato com a arte também é uma possibilidade. Como exemplo, assistir a peças de teatro, animações educativas ou ler um livro juntos podem ajudar a florescer o gosto artístico das crianças.

5. Estimule a empatia

A empatia é a capacidade de sentir o que outra pessoa sente, caso estivesse na mesma situação que ela. Em outras palavras, é se colocar no lugar do outro.

Em crianças, principalmente na geração pós-pandemia, essa habilidade pode ser difícil de ser percebida. Então, é muito importante incentivar seus filhos a olhar o mundo com os olhos dos outros.

Para isso, faça exercícios como ouvir mais o sentimento do próximo. Outro ponto que pode ser desenvolvido é tratar bem os colegas de classe, irmãos e parentes.

Com o tempo, a criança passará a ser menos egocêntrica, começará a entender mais as necessidades dos outros, e ganhará habilidades para analisar os prós e contras de cada situação.

6. Dê tempo para a diversão

Se divertir também é uma forma de aprender, não é mesmo? Atualmente, existem até aplicativos educativos que ensinam brincando.

Por isso, além de exercitar a inteligência das emoções nas outras esferas da vida, a hora da brincadeira também pode ser usada para este fim.

Uma boa dica para fazer isso é recorrer a jogos de tabuleiro, que promovem a interação entre as pessoas. Dependendo da idade dos seus filhos, o Imagem & Ação é uma ótima opção, porque ele estimula a interação e a descoberta de novos gestos e ações.

7. Respeite as emoções das crianças

Este é o próximo item da nossa lista estão diretamente ligados. Quando se tem filhos, temos a impressão de que sabemos tudo sobre a vida deles, não é mesmo?

Contudo, muitas vezes criamos expectativas ou presumimos coisas sobre os pequenos. Às vezes, deixamos não percebemos algumas coisas ou enxergamos apenas aquilo que convém. Isso pode gerar comportamentos nos quais a criança reprime os próprios sentimentos.

Então, é muito importante dar ouvidos às emoções dos pequenos. Por mais menores que elas pareçam para você, acredite: para as crianças elas, são relevantes.

Então, assim como foi falado no primeiro item, incentive o diálogo e a expressão por parte dos seus filhos.

8. Ouça o que seu filho tem a dizer

De nada vai adiantar estimular o diálogo se você desmerece o que seu filho tem a dizer, não é mesmo? Esse é um comportamento de pais abusivos.

Por isso, entenda que as opiniões e sentimentos do seu filho ou filha são relevantes para a família. Leve em consideração o que eles têm a dizer e, caso precise, discorde a partir do diálogo.

Uma boa maneira de incentivar que isso aconteça é perguntar como as crianças se sentem em relação a uma situação.

9. Permita ficar triste

Não saber lidar com as frustrações pode ser uma das causas do estresse em crianças. Atualmente, muitas pessoas – adultos, inclusive! – acreditam que é preciso estar sempre alegre e feliz.

Contudo, sabemos que, no mundo real, as coisas não são assim. Há dias que acordamos bem e, como todo mundo, também temos dias ruins.

Ensinar para as crianças que estar triste é normal vai ajudá-las a lidar com as frustrações. Além disso, vai desenvolver a inteligência emocional a ponto de que elas consigam se reservar e lidar com as decepções e tristezas da forma que mais fizer sentido..

10. Ensine a dizer não

Saber dizer não é fundamental na vida de qualquer indivíduo. Essa atitude, por menor que seja, vai a livrar de problemas, relacionamentos tóxicos e de fazer algo contra a própria vontade.

Então, ensine desde cedo que está tudo bem recusar um convite e que nunca vai ser possível agradar a todo mundo.

Muitos filhos não sabem recusar nada porque os pais não fazem isso. Dessa maneira, para não errar e nem “passar do ponto”, veja nosso post que ensina como dizer não aos pequenos!

11. Fale de igual para igual

Quando os filhos são pequenos, é comum omitir informações, falar com uma voz diferente, entre outros atos. Provavelmente, você consegue pensar em pelo menos três vezes que isso aconteceu, não é mesmo?

As crianças conseguem perceber o tratamento diferente e, por isso, podem se sentir inferiores. Dessa forma, lembre-se de falar de como se estivesse falando com um adulto, dentro das devidas proporções, é claro.

Ou seja, a ideia aqui é não fazer voz infantilizada, exagerar nos diminutivos ou achar que a criança é incapaz de entender algumas coisas.

Porém, não é preciso discutir assuntos complexos com os filhos. Para acertar o tom, veja como seus filhos se comportam quando estão fazendo amizade.

Menino conversando com o seu pai

Com estes passos simples, desenvolver a inteligência emocional será apenas uma consequência. Ou seja, são pequenas atitudes que, apesar de demandarem dedicação, terão impactos muito positivos no futuro.

Seja na vida pessoal ou profissional das crianças, ter autoconhecimento é uma habilidade essencial.

Além da inteligência emocional, outro ponto que deve ser desenvolvido é a autonomia infantil. Ela vai estimular a habilidade de entender os próprios sentimentos e criar adolescentes responsáveis.

Se você quer saber como criar crianças mais autônomas, conheça o armário cápsula infantil!

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Jefferson Back

Autor: Jefferson Back

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Unisociesc Blumenau, atua no universo digital há quase dez anos. Pós-graduando em Neuromarketing e Brandsense pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é fascinado pelo mundo da comunicação e comportamento humano.

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