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Criança tímida: maiores causas e como os pais devem lidar

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Assim como nos adultos, a timidez não é uma doença quando presente nas crianças, e sim uma característica da personalidade de pessoas mais introvertidas e reservadas – que, aliás, vivem muito bem dessa forma.

No entanto, há sim um problema relacionado com esse traço: quando ele passa a ser um obstáculo para a execução de atividades necessárias do cotidiano como tirar dúvidas na escola, pedir para ir ao banheiro e fazer amizades.

Nesses casos, é essencial que os pais saibam como lidar de maneira afetiva e adequada com a timidez de seu filho, o que é justamente o que nós, do Blog da Brandili, vamos abordar neste post. Se você quer entender como identificar, quais as possíveis causas e como ajudar uma criança tímida, acompanhe a leitura!

duas crianças colorindo um desenho na sala de aula

Como saber se meu filho é tímido?

O seu filho prefere brincar sozinho, não gosta de interagir com outras crianças, tem poucas amizades (ou até nenhuma), é considerado ‘comportado’, se recusa a cumprimentar desconhecidos, evita contato visual, mantém o semblante fechado e tem vergonha de falar com a maioria das pessoas?

Por mais que sejam comportamentos incomuns em meio à típica agitação e espírito aventureiro das crianças, saiba que não é algo ruim ou preocupante: o seu pequeno pode ser apenas tímido.

Para diagnosticar se esse realmente é o caso, o Instituto de Psicologia Aplicada recomenda que se observe como é o comportamento do pequeno em comparação com o dos demais colegas.

Se, numa atividade em grupo, o nível de interação da criança é menor e ainda é acompanhado de ansiedade, tremores, calafrios ou estresse, há grandes chances da causa ser a timidez.

Saiba que resultados precisos podem ser apenas fornecidos por um profissional, pois sintomas similares são vistos em casos do Transtorno do Espectro Autista e outras síndromes.

menino de braços cruzados apoiado em uma poltrona

O que torna uma criança tímida?

Quer entender as causas desse traço de personalidade? Bom, de acordo com o jornal Psychology Today, 15% das crianças já nascem com um temperamento associado com a timidez. Os bebês facilmente intimidados e emocionalmente sensíveis são os que provavelmente terão uma personalidade do tipo.

Fora a genética, o padrão de comportamento associado com a timidez pode ter a sua origem em experiências vividas e nas relações familiares: críticas severas, bullying, falta de conexões interpessoais, negligência, superproteção e o medo excessivo de falhar são exemplos de práticas que geram uma criança tímida.

Veja também: 5 Dicas para facilitar o processo de adaptação escolar

Quando se preocupar com a timidez da criança?

Primeiramente, se o motivo por trás da timidez da criança for alguma prática ruim exercida pelos pais, comunidade ou colegas, esse traço merece atenção – até porque não é uma característica inata, e sim uma resposta a situações negativas.

Em casos em que a timidez é realmente um resultado da personalidade da criança, a preocupação deve nascer se os comportamentos tímidos vierem acompanhados de efeitos psicológicos e físicos prejudiciais como níveis significativos de medo, preocupações, ansiedade, pensamentos negativos, suor nas extremidades, gaguejos, náuseas, tremores e calafrios.

Se acontecerem em demasia, esses efeitos farão com que a criança passe a evitar completamente o contato social e qualquer tipo de exposição, o que é gravíssimo para o seu futuro em sociedade, ainda mais considerando que o quadro costuma ser passado de forma ainda mais acentuada em fases do desenvolvimento infantil posteriores.

Além disso, o fato de que a timidez em excesso pode afetar até a autoestima e o senso de valor da criança comprova o quanto é importante que os pais acompanhem o possível desenvolvimento exagerado desse tipo de personalidade retraída – atente-se às apresentações físicas e psicológicas que mencionamos!

criança apoiando a cabeça com a mão sentada de frente para um urso de pelúcia

Como ajudar uma criança tímida?

Não é sobre fazer a criança falar em público, fazer amigos forçadamente ou envergonhá-la com frases como “O gato comeu a sua língua?”: como exposto no blog especializado Find My Kids, as práticas e dicas relacionadas ao tópico buscam ajudar o pequeno a controlar a timidez ao invés invés de deixar a timidez controlar. Veja quais são:

1. Evite rótulos e frases como “Meu filho não vai poder ir na festinha porque é tímido”, pois isso é encaixar a criança numa caixinha estática e evidenciar algo que é apenas um traço de sua personalidade, o que é bem ruim para o senso de autoimagem do pequeno;

2. Nada de comparações! Outras frases prejudiciais como “Olhe como o seu irmão consegue fazer várias amizades na escola” são comentários nada saudáveis e que reforçam a insegurança de qualquer pessoa;

3. Não force o bebê ou a criança a ir no colo ou abraçar alguém que não queira: além de piorar a sua aversão ao ato de socializar, essa prática faz com que o pequeno ou pequena entenda que os seus limites não são/não podem ser respeitados;

4. Mostre como socializar pode ser uma atividade leve, divertida e sem perigos: uma boa ideia é começar em casa mesmo, com algumas brincadeiras à moda antiga que relembram os tempos do papai e da mamãe;

5. Incentive que a criança participe de exercícios em pequenos grupos: fale para ela fazer dupla com um colega que tem a mochila do mesmo personagem, almoçar com alguém que já conhece de outros lugares e assim por diante;

6. Se a criança estiver mais confortável com o ato de passar tempo com pessoas sem se sentir ansioso, é possível sugerir que ela convide um ou dois amigos bem próximos para uma festa do pijama em casa;

7. Valorize as pequenas conquistas! Apreciar todo os esforços de uma criança é mostrar a ela que não são apenas os grandes feitos que definem o valor de uma pessoa, contribuindo para o desenvolvimento de sua autoestima;

8. A preparação antecipada é tudo: converse sobre as situações que mais fazem com que a timidez apareça na criança e sugira formas de solucionar;

9. Tenha calma durante o processo. Nem todo crescimento é linear e definitivo, então é bem possível que a criança apresente medos relacionados à timidez, mesmo depois de algumas vitórias – repreender e castigar não é a solução, pois há grandes chances que você seja o único ponto de segurança e conforto do pequeno nesses casos.

10. Apresente as possíveis vantagens de socializar à criança: os filmes que contam histórias de amizade são excelentes ideias e nós temos um post super especial uma lista de obras, confira clicando aqui.

homem adulto e criança brincando

Nos vemos na próxima publicação!

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Jefferson Back

Autor: Jefferson Back

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Unisociesc Blumenau, atua no universo digital há quase dez anos. Pós-graduando em Neuromarketing e Brandsense pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é fascinado pelo mundo da comunicação e comportamento humano.

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