Seu bebê nasceu e agora é tudo diferente! Você tem que se preocupar com a introdução alimentar, cuidados para manter o bebê seguro, a quantidade certa de fraldas para o mês, sinais de gripes, cólicas e febres, e até mesmo a cor do cocô.
Pode parecer estranho, mas a coloração das fezes do bebê diz muito sobre a saúde. Mudanças na cor podem estar relacionadas ao uso de medicamentos e certos alimentos, como alguns antibióticos, folhas verdes e beterraba. Porém, podem estar atreladas a algo mais sério!
Hoje, apresentaremos o Guia Fundamental da cor do cocô do bebê! Neste artigo você irá descobrir as fases no decorrer do desenvolvimento nos primeiros meses de vida, aprenderá a identificar as colorações, quando deve se preocupar e muitas outras informações relevantes. Acompanhe:
Conteúdo
O cocô da criança conforme as fases de desenvolvimento
É natural que a cor do cocô do bebê mude conforme o próprio desenvolvimento. Afinal, aos poucos o leite materno vai dando lugar a outros tipos de alimentos, e isso tende a causar mudanças nas fezes. Entenda mais:
O primeiro cocô – mecônio
O mecônio é o primeiro cocô do bebê, uma massa mais densa e compacta formada por elementos presentes no líquido amniótico. Normalmente, é eliminado após o nascimento da criança, logo que ela começa a ter contato com o leite materno.
Contudo, é possível que a eliminação ocorra dentro da barriga da mãe, sendo que as fezes se misturam ao líquido amniótico. Esse problema é conhecido como síndrome da aspiração meconial, e pode ocorrer após quarenta semanas de gestação. Como consequência, ao respirar o mecônio, o bebê pode ter inflação das vias respiratórios, o que pode causar dificuldade na respiração.
É possível que, ao nascer, o bebê precise da ajuda de aparelhos respiratórios. Nesse caso, o acompanhamento médico é fundamental. Somente o especialista será capaz de determinar o tratamento adequado.
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Até os seis meses de vida
Haja fralda! Até os seis meses de vida o bebê faz muito cocô. Normalmente, as fezes são mais pastosas e aquosa. O cheiro, por conta do leite materno e da introdução de papinhas com frutas e legumes, tende a ser mais adocicado.
Por isso, é bastante comum que o neném evacue sempre que mamar, podendo chegar até 7 vezes por dia. Ah, e como a quantidade de lactose é maior, é nessa fase que você pode ter a surpresinha das fezes explosivas, já que há muita fermentação e o sistema digestivo do bebê não está maduro o suficiente! Então, fique de olho.
As fezes após o desfralde
Após o desfralde, é provável que as fezes adquiram uma consistência mais firme e uma forma mais definida, uma vez que a criança aprimora o controle sobre os músculos envolvidos no processo de evacuação.
É importante notar que pode haver variações consideráveis entre as crianças nesse aspecto. Algumas crianças podem continuar a evacuar diversas vezes ao longo do dia, enquanto outras podem apresentar evacuações menos frequentes, sem que isso seja necessariamente motivo de preocupação.
No entanto, é válido destacar que a transição para o uso do penico ou vaso sanitário pode suscitar algumas mudanças emocionais e comportamentais na criança. É possível que ela experimente algum desconforto inicial ou insegurança diante dessa nova etapa.
Então, proporcione um ambiente acolhedor e apropriado para ela fazer o cocô com segurança e conforto, permitindo que a criança se adapte gradualmente à nova rotina.
Cores do cocô da criança
As cores das fezes de uma criança podem variar dependendo da sua dieta, idade e saúde geral. Veja algumas cores comuns e o que elas podem significar:
Cocô verde
Cocô verde em crianças pode ser uma fonte de preocupação para os pais, mas nem sempre é motivo para alarme. A cor das fezes é influenciada por vários fatores, incluindo a dieta da criança, a velocidade de trânsito intestinal e a quantidade de bile presente nas fezes.
Cocô amarelo ou amarelo-esverdeado
Fezes amareladas são frequentemente observadas em bebês amamentados, devido à presença de bilirrubina nas fezes. À medida que a dieta muda com a introdução de alimentos sólidos, as fezes podem se tornar amarelo-esverdeadas.
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Cocô branco ou cinza
Fezes brancas ou acinzentadas podem ser um sinal de problemas no fígado, ou na vesícula biliar, pois indicam uma falta de bile nas fezes. Isso requer avaliação médica imediata.
Cocô marrom ou marrom escuro
Essa é a cor mais comum das fezes e é geralmente considerada saudável. A coloração marrom das fezes é resultado de um processo complexo de digestão, absorção e eliminação de resíduos no corpo e presença de bile.
Cocô laranja
Fezes laranja em crianças geralmente são resultado da dieta, incluindo alimentos ricos em carotenoides como cenoura. Suplementos, corantes alimentares e trânsito intestinal rápido também são causadores.
Em raros casos, doenças hepáticas ou biliares podem afetar a cor das fezes. Se a cor laranja é temporária e não acompanhada por outros sintomas, geralmente não é preocupante. Caso contrário, é ideal consultar um médico para investigar a causa mais a fundo.
Cocô rosa ou roxo
Fezes rosa ou roxas em crianças podem ser causadas por alimentos pigmentados, como beterraba ou mirtilos, trânsito intestinal rápido ou medicamentos. Em casos raros, pode indicar sangramento ou problemas metabólicos. Se a cor é esporádica e não há outros sintomas, provavelmente é inofensiva. Se persistir ou houver preocupações, consulte um médico para avaliação.
Cocô vermelho — atenção!
Fezes vermelhas em crianças indicam a presença de sangue, que pode ter causas como fissuras anais, constipação, alergias ou ingestão de alimentos vermelhos. Embora frequentemente não seja grave, é importante consultar um médico imediatamente para descartar problemas graves, como doenças intestinais.
Além disso, observe outros sintomas e leve em consideração a dieta da criança, pois a cor vermelha pode ser causada por certos alimentos, como beterraba e morango.
Quando devo me preocupar com a mudança na cor das fezes?
Você deve se preocupar com a mudança na cor das fezes em várias situações, especialmente se a mudança for abrupta, persistente ou acompanhada por outros sintomas. Então fique de olho:
- Sangue nas Fezes: pode ser indicativo de sangramento no trato gastrointestinal e precisa ser avaliado por um profissional de saúde;
- Diarreia ou Constipação Grave: diarreia persistente, constipação grave, vômitos intensos, dor abdominal aguda ou desconforto significativo;
- Mudança Súbita: Se a cor das fezes mudar repentinamente e não estiver relacionada a alterações na dieta, pode ser um sinal de um problema subjacente;
- Outros Sintomas: preste atenção a outros sintomas, como perda de peso inexplicável, fadiga, febre, dor abdominal persistente ou inchaço;
- Duração Prolongada: se a mudança na cor das fezes persistir por mais de alguns dias ou se tornar um padrão recorrente, é aconselhável procurar um médico;
- Histórico Médico: histórico de problemas gastrointestinais, alergias alimentares ou outras condições médicas. Qualquer preocupação, conte com um profissional de saúde.
Aproveite para conferir: 10 coisas normais que acontecem nos primeiros meses de vida
Escala de Bristol: o que o formato do cocô significa?
A Escala de Bristol, também conhecida como Escala de Fezes de Bristol, é uma classificação visual que descreve diferentes tipos de fezes com base em sua forma e consistência. É frequentemente usada para avaliar a saúde gastrointestinal e a função intestinal.
Ela pode oferecer insights sobre a saúde digestiva, a hidratação e a dieta. Veja os sete tipos de fezes segundo a Escala de Bristol e o que elas podem indicar:
Equipe Brandili, temos uma sugestão de infográfico para as informações abaixo. A inspiração da arte está como comentário no texto (:
- Tipo 1: Fezes Separadas Duras – Bolotas duras e separadas, indicando constipação ou trânsito intestinal lento. Pode ser necessário aumentar a ingestão de fibras e líquidos.
- Tipo 2: Salsichas Rachadas – Fezes em forma de salsicha, mas com rachaduras na superfície. Também pode indicar constipação, sugerindo a necessidade de melhorar a hidratação e a dieta rica em fibras.
- Tipo 3: Salsichas com Rachaduras – Fezes em forma de salsicha, com algumas rachaduras, indicando um trânsito intestinal melhor, mas ainda sugerindo a necessidade de mais fibras e água.
- Tipo 4: Salsichas Lisas – Fezes em forma de salsicha, com uma textura mais suave e sem rachaduras. Considerada uma consistência saudável e normal.
- Tipo 5: Bolhas Macias – Fezes macias com bordas bem definidas. Geralmente considerada uma consistência normal.
- Tipo 6: Pedacinhos de Aveia – Fezes fofas e pedaços separados, sugerindo um trânsito intestinal mais rápido. Pode ser associado a uma dieta rica em fibras ou a situações de estresse.
- Tipo 7: Líquidas – Fezes líquidas, indicando diarreia. Pode ser causada por infecções, alimentos irritantes ou outros distúrbios gastrointestinais.
“A escala de Bristol permite que o paciente descreva com facilidade, através das imagens, como suas fezes se encontram naquele período. Com isso conseguimos ter um auxílio no diagnóstico de doenças como colite, constipação, incontinência anal, diarreia infecciosa, síndrome do intestino irritável etc”.
Marcella Sousa, integrante do Grupo Procto Brasil, via Drauzio Varella.(1)
A Escala de Bristol pode fornecer pistas sobre a saúde intestinal, mas não é um diagnóstico definitivo. Se você tiver preocupações persistentes sobre a forma das fezes, sintomas gastrointestinais ou outros problemas de saúde, é recomendável procurar orientação médica.
Confira: Rotina do recém-nascido: 10 ideias para organizar
Qual a quantidade de vezes por dia o bebê precisa fazer cocô?
A frequência das evacuações de um bebê pode variar consideravelmente e não há um número exato “normal” que se aplique a todos. A frequência pode depender de diversos fatores, incluindo a idade, dieta, sistema digestivo individual e se o bebê está sendo amamentado ou alimentado com fórmula.
É considerado normal uma frequência de pelo menos uma evacuação a cada 3 dias em bebês com 2 meses de vida, pois em torno de 6 semanas de vida, 98,3% dos lactentes terão evacuações pelo menos uma vez a cada 3 dias.(2)
Lembre-se de que cada bebê é único e pode ter um padrão individual de evacuações. Converse com o pediatra do seu filho para obter orientações específicas sobre a frequência esperada das evacuações.
É natural quando o bebê faz muito cocô?
É totalmente natural que bebês façam cocô frequentemente, especialmente nos primeiros meses de vida. Bebês amamentados tendem a ter fezes mais frequentes devido à digestão rápida do leite materno. Os alimentados com fórmula também podem ter evacuações frequentes, mas a densidade do produto pode influenciar e reduzir a frequência.
Mudanças nas evacuações são normais com a introdução de alimentos sólidos. O importante é observar o bem-estar geral do bebê “desde que ele esteja ganhando peso adequadamente e não tenha nenhum sinal de alerta como febre, fezes com cor e cheiro diferente do habitual, sangue nas fezes, recusa para se alimentar”.(3)
Se houver preocupações, é recomendável discutir com o pediatra do bebê.
Leia: Meu bebê prefere a mamadeira, o que fazer? Veja as causas
O que fazer quando o bebê não faz cocô?
O primeiro passo é observar o tempo decorrido desde a última evacuação. A frequência das evacuações varia entre os bebês e pode não ser motivo de preocupação imediata, especialmente se o bebê estiver se alimentando bem, ganhando peso e não estiver aparentando desconforto.
É importante lembrar que bebês amamentados podem passar vários dias sem fazer cocô, o que é considerado normal devido à fácil digestão do leite materno. Da mesma forma, bebês alimentados com fórmula podem ter evacuações menos frequentes, mas ainda assim devem evacuar regularmente.
Quando o bebê começa a introdução de alimentos sólidos, a dieta deve incluir alimentos ricos em fibras para ajudar na regularidade intestinal. Além disso, garantir que o bebê esteja recebendo líquidos suficientes, como água, é fundamental para a saúde intestinal.
O que pode ajudar um recém-nascido a defecar?
Existem algumas técnicas para estimular o intestino do bebê:
- Massagem Abdominal: massagear suavemente a barriga do bebê em movimentos circulares pode ajudar a estimular o intestino;
- Exercícios nas Perninhas: movimentar as pernas do bebê como se estivesse pedalando pode ajudar a estimular os músculos abdominais e intestinais.
Além disso:
Manter o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses e, depois dessa idade, iniciar a introdução alimentar com frutas, hortaliças e legumes ricos em fibra colabora para o funcionamento saudável do sistema digestivo.(4)
Se o bebê estiver demonstrando desconforto, irritação, dor ou passar muitos dias sem evacuar, é aconselhável entrar em contato com o pediatra. O profissional de saúde pode avaliar a situação, considerar os detalhes específicos do bebê e fornecer orientações personalizadas para aliviar a constipação ou qualquer outra preocupação.
Quando saber se o bebê fez cocô?
Fique de olho em algumas atitudes do bebê, como:
- Cheiro;
- Expressões Faciais;
- Mudança de Expressão;
- Sons;
- Puxar as Perninhas;
- Visualização;
- Volume da Fralda.
Quer aprender como tirar manchas de cocô das roupas do seu bebê? Confira nossas dicas úteis no artigo: ‘Ih, Sujou! Aprenda Como Tirar a Mancha de Cocô da Roupa do Bebê‘. Descubra maneiras eficientes de limpeza e mantenha as roupinhas do seu neném sempre impecáveis.
Quando tempo é normal um neném ficar sem fazer cocô?
Depende! Em muitos casos, períodos de até três a quatro dias sem evacuar são considerados normais, desde que o bebê esteja se alimentando bem, ganhando peso e não apresentando desconforto. No entanto, é fundamental observar o bem-estar geral do bebê e, caso algum outro sintoma esteja assossiado, consultar o pediatra.
Bebês em aleitamento materno exclusivo (AME) podem evacuar a cada mamada ou passar até 5 a 7 dias sem evacuar e as fezes podem variar de líquidas a pastosas (…) Em crianças em aleitamento misto ou em uso exclusivo de fórmulas infantis (FI), as fezes costumam ser mais ressecadas e o ritmo intestinal passa a ser mais espaçado, mesmo em bebês pequenos.(5)
E daí, gostou do conteúdo de hoje? Aqui no blog da Brandili trazemos toda semana artigos completos como esse. Fique de olho para mais atualizações sobre maternidade, rotina do bebê e cuidados especiais para garantir o bem-estar do seu pequeno ou pequena.
Aproveite para ler também sobre dicas para organizar a rotina doméstica com um bebê.
Até a próxima
Referências bibliográficas:
- Escala de Bristol: o que a cor e a consistência das fezes podem dizer sobre a sua saúde. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/proctologia/escala-de-bristol-o-que-a-cor-e-a-consistencia-das-fezes-podem-dizer-sobre-a-sua-saude/
- Griffin A, Beattie RM. Normal bowel habit during the first 6 weeks in healthy, term infants. Amb. child health. 2001;7(1):23–26. Disponivel em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1046/j.1467-0658.2001.00104.x
- Quantas vezes o bebê pode evacuar por dia? Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-o-bebe/quantas-vezes-o-bebe-pode-evacuar-por-dia/
- Prisão de ventre: É normal o bebê ficar dias sem fazer cocô? Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Saude/noticia/2013/03/prisao-de-ventre-em-bebes-e-criancas-saiba-como-lidar-com-o-intestino-preso.html
- O bebê e a eliminação de fezes. Sociedade de Pediatria de São Paulo. Disponível em: https://www.spsp.org.br/2014/01/15/o-bebe-e-a-eliminacao-de-fezes-evacuacoes/