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Pré-eclâmpsia: o que é, causas, sintomas e tratamentos

11 minutos de leitura

De acordo com a Fundação Pré-eclâmpsia, a cada ano, milhares de mulheres e bebês ficam muito doentes devido à condição chamada “pré-eclâmpsia”. Esse distúrbio ocorre apenas durante a gravidez e o período pós-parto, mas pode ser responsável por consequências irreversíveis.

A boa notícia é que, como a própria Fundação aponta, 60% das mortes relacionadas à pré-eclâmpsia são evitáveis. Por ter alcance internacional, essa e outras informações pesquisadas e disponibilizadas por esse site-referência no distúrbio são escritas em inglês.

Logo, o objetivo deste post é tornar esses dados mais acessíveis para as mamães brasileiras. Para isso, neste conteúdo abordamos os principais tópicos relacionados à pré- eclâmpsia. Sempre, é claro, utilizando fontes médicas confiáveis e artigos atualizados.

Continue a leitura e tire as suas dúvidas sobre a condição!

O que é pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é um distúrbio que antecede a eclâmpsia (convulsões na gravidez). Ela é caracterizada por um aumento rápido da pressão arterial, o qual pode estar associado com um acidente vascular cerebral, problemas nos rins ou fígado, fluido nos pulmões, problemas cerebrais, como convulsões e/ou distúrbios visuais e até o falecimento da mãe e/ou do bebê.

O distúrbio pode surgir durante a gestação e no pós-parto, sendo mais comum no último trimestre.

Outros fatores que acompanham a doença hipertensiva específica da gravidez (outro nome para pré-eclâmpsia) são o excesso de proteína na urina e a insuficiência hepática.

Aliás, para dados mais precisos, o aumento na pressão arterial que sinaliza o distúrbio é de acima 140/90 mmHg após a 20ª semana de gravidez, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto. Esses números foram documentados pela Rede D’Or, que é referência em serviços médicos especializados.

Outro fato importante é que, aproximadamente, de 3% a 7% das gestantes apresentam pré-eclâmpsia (isso equivale a mais de 150 mil casos por ano no Brasil, segundo dados do Google). Se você suspeita que está desenvolvendo essa complicação, consulte o seu médico ginecologista imediatamente.

Pause a leitura! Antes de continuarmos, gostaríamos de reforçar que este post é puramente informacional. Não indicamos tratamentos e/ou medicamentos e não desencorajamos e nem encorajamos quaisquer ações relacionadas à saúde pública. Informe-se e procure um especialista para indicações e diagnósticos.

Quando ocorre a pré-eclâmpsia na gravidez?

A pré-eclâmpsia (com ou sem o desenvolvimento para a eclâmpsia) pode surgir a qualquer momento na gravidez, no parto e em até seis semanas após o nascimento do bebê. O último trimestre é o período mais comum, pouco antes do parto.

Para mulheres com pressão arterial normal, a condição geralmente aparece após 20 semanas de gestação.

Quanto ao aparecimento de sintomas, os médicos apontam que o distúrbio pode se desenvolver gradualmente ou surgir de maneira repentina – até mesmo em questão de horas! No entanto, nesses casos, há grandes chances dos sinais terem passado despercebidos por semanas ou meses.

Pré-eclâmpsia na segunda gravidez

Se você teve uma primeira gravidez normal, os riscos de ter pré-eclâmpsia na sua segunda gravidez são baixos. Contudo, isso muda se houver outros fatores de risco envolvidos, como histórico familiar de hipertensão, gestação por fertilização in vitro, idade materna avançada, excesso de peso, gravidez de gêmeos ou múltiplos, entre outros.

Para mamães que já tiveram pré-eclâmpsia, estudos indicam que os riscos de desenvolver a condição novamente são de cerca de 20%, mas a margem pode variar de 5% a 80%. Isso depende do quão grave foi o distúrbio anterior e quando ele aconteceu. O seu médico deve realizar exames individuais para avaliar os riscos com precisão.

Embora a gravidade da pré-eclâmpsia tenda a ser menor na segunda gravidez, isso não pode ser previsto com certeza. Por isso, converse com um profissional e, juntos, realizem um acompanhamento cuidadoso durante a gestação. O médico pode receitar baixas doses de aspirina antes de você engravidar ou no início da gravidez, o que pode reduzir o risco geral do distúrbio.

Entretanto, infelizmente, não é uma garantia de que você não desenvolverá a condição. Se o seu médico atual te aconselhou a não engravidar novamente, a Fundação Pré-eclâmpsia indica que você pode procurar uma segunda opinião e pesar suas opções. Isso porque, às vezes, o profissional pode desaconselhar a gestação para que a sua segurança e bem-estar não corram riscos.

Logo, a organização recomenda que você agende uma consulta pré-gravidez com um médico especializado em pré-eclâmpsia e distúrbios relacionados. Ele poderá revisar seu histórico, avaliar possíveis distúrbios e fornecer uma ideia mais clara de seus riscos.

Caso a pré-eclâmpsia seja diagnosticada como uma ameaça à vida, o conselho do especialista para não engravidar novamente deve ser levado a sério.

Se for grave, o distúrbio pode danificar órgãos da mãe tais como o cérebro, os rins, os pulmões, o coração ou o fígado.

Mulher grávida com dor de cabeça e dor abdominal

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A pré-eclâmpsia oferece riscos para o bebê?

A maioria das mulheres com pré-eclâmpsia dão à luz a bebês saudáveis ​​e se recuperam totalmente. No entanto, há casos em que complicações são desenvolvidas – várias das quais podem ser fatais para a mãe e/ou o bebê.

A condição de uma mulher pode progredir para pré-eclâmpsia grave ou para a eclâmpsia muito rapidamente. Os principais motivos costumam ser atrasos no diagnóstico ou tratamento, e é por isso que recomendamos o acompanhamento médico com tanta ênfase.

Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?

Algumas mulheres com pré-eclâmpsia não têm nenhum sintoma. Em outras, o distúrbio pode ser reconhecido por um conjunto bem característico de sinais:

  • Diminuição da urina;
  • Hipertensão arterial muito elevada;
  • Ganho de peso repentino (como 2 a 3 kg em 1 ou 2 dias);
  • Dores de cabeça intensas;
  • Confusão;
  • Estado elevado de ansiedade;
  • Dificuldade de respirar;
  • Dor na parte superior direita do abdômen (sobre o fígado);
  • Náusea e/ou vômito;
  • Queimação atrás do esterno (osso localizado bem no meio do tórax);
  • Petéquias (pequenos pontos vermelhos) na pele, indicando que houve sangramento;
  • Edema (retenção de líquidos) – principalmente nas mãos, dedos, pescoço, rosto, ao redor dos olhos e nos pés;
  • Distúrbios visuais como hipersensibilidade à luz, visão turva ou visão de pontos intermitentes ou auras;
  • Acidente vascular cerebral (sintoma raro).

Caso a gestante note ao menos um desses sintomas, deve ir ao hospital ou pronto-socorro para medir a sua pressão arterial e fazer exames de sangue e urina.

Grávida sente dor na barriga

Quais são as causas da pré-eclâmpsia?

Até o momento, a causa da pré-eclâmpsia é desconhecida. Entretanto, os estudos mostram que isso ocorre com mais frequência em mulheres que apresentam os seguintes fatores de risco:

  • Hipertensão arterial sistêmica crônica;
  • Doenças vasculares;
  • Lúpus;
  • Diabetes (gestacional ou não);
  • Obesidade;
  • Primeira gravidez;
  • Distúrbios de coagulação (como a Síndrome Antifosfolípide);
  • Pré-eclâmpsia em gestação anterior;
  • Histórico familiar ou pessoal das doenças citadas acima;
  • Gestação depois dos 35 anos e antes dos 18 anos;
  • Gravidez de gêmeos ou múltiplos.

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Como é feito o diagnóstico da pré-eclâmpsia?

O médico diagnostica a pré-eclâmpsia quando a mulher tem os sintomas característicos do distúrbio, como dor de cabeça, inchaço ao redor dos olhos e, sobretudo, inchaço das mãos.

Além disso, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) explica que “Quando a hipertensão e a proteinúria (níveis elevados de proteína na urina) surgem pela primeira vez em uma primeira gestação após a 20ª semana da gestação, o diagnóstico de PE é facilmente inferido.”

Logo, os exames para detectar pré-eclâmpsia podem incluir a medição da pressão arterial, exames de sangue a partir da 20º semana de gestação e a análise da proteína na urina para ver se está superior a 300 mg/24 h.

Esse último dado foi retirado de uma dissertação de Pós-Graduação da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) publicada em 2012.

Para adicionar às informações, encontramos um material que a Faculdade Americana de Obstetras e Ginecologistas (American College of Obstetricians and Gynecologists) criou em 2013 (e revisou em 2020) contendo novas diretrizes para a detecção do distúrbio.

Segundo o artigo, “O diagnóstico de pré-eclâmpsia não requer mais a detecção de níveis elevados de proteína na urina (proteinúria). Evidências mostram que problemas de órgãos nos rins e fígado podem ocorrer sem sinais de proteína, e que a quantidade de proteína na urina não prevê a gravidade da progressão da doença.”

Como a Fundação Pré-eclâmpsia analisa, antes dessas novas diretrizes, a maioria dos profissionais de saúde tradicionalmente aderiu a um diagnóstico rígido de pré-eclâmpsia com base na pressão arterial e proteína na urina. Portanto, a título informacional, o seu médico pode – ou não – pedir um exame de urina.

O consenso entre as fontes é o seguinte:

A pré-eclâmpsia deve ser diagnosticada pela hipertensão arterial persistente que se desenvolve durante a gravidez ou no período pós-parto que está associada a altos níveis de proteína na urina OU ao desenvolvimento de plaquetas sanguíneas diminuídas, problemas nos rins ou fígado, fluido nos pulmões ou sinais de problemas cerebrais, como convulsões e/ou distúrbios visuais.

A pré-eclâmpsia tem cura?

Atualmente, a única “cura” para a pré-eclâmpsia começa com o parto do bebê e da placenta. Quando o distúrbio se desenvolve, a mãe e o bebê são monitorados cuidadosamente. Existem medicamentos e tratamentos que podem prolongar a gravidez, o que pode aumentar as chances de saúde e sobrevivência do pequeno.

Uma vez iniciado o curso da pré-eclâmpsia, ele não pode ser revertido e a saúde da mãe deve ser constantemente avaliada. Em alguns casos, o bebê deve ser entregue imediatamente, independentemente da idade gestacional, para salvar a vida da mãe ou da criança.

Todos esses dados foram retirados da Fundação Pré-eclâmpsia.

Os possíveis tratamentos para a pré-eclâmpsia envolvem:

  • Internamento hospitalar (costuma ser na unidade de cuidados especiais ou em uma unidade de terapia intensiva);
  • Medicamentos para tratar a hipertensão arterial;
  • Sulfato de magnésio para prevenir ou interromper convulsões;
  • Parto, dependendo da gravidade da pré-eclâmpsia e da idade do feto;

O site Manuais MSD explica que, após o parto, “A mulher que teve pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia recebe sulfato de magnésio por 24 horas e será monitorada de perto porque ela tem um risco maior de apresentar convulsões. O sulfato de magnésio talvez seja ou não administrado a mulheres sem pré-eclâmpsia grave. Depois que a mulher tiver parado de tomar sulfato de magnésio, ou se ela não tiver tomado, ela pode retomar suas atividades na medida em que consiga tolerá-las.”

Mamães, papais, tias, avós, avôs e educadores: esperamos que este conteúdo tenha contribuído para os seus conhecimentos sobre a pré-eclâmpsia! Para finalizar o post, gostaríamos de lembrar que nada do que foi escrito aqui deve ser tomado como uma recomendação profissional.

Se você se identificou com os sintomas do distúrbio ou conhece alguém que pode estar passando por isso, procure um médico, hospital ou pronto-socorro para receber as devidas indicações!

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Carla Bucci

Autor: Carla Bucci

Graduada em Jornalismo pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), reside na cidade de Blumenau. É apaixonada por moda e pelo desenvolvimento de textos criativos. Para achar as melhores pautas do universo infantil, está sempre ligada nas redes sociais.

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