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Exterogestação: a teoria da gestação fora do útero

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Recentemente, o termo exterogestação tem sido bastante discutido por pediatras e mamães de primeira viagem pelo mundo inteiro. Composto pelo prefixo “extero” (fora, externo) mais o substantivo “gestação”, podemos deduzir que se refere a um período gestacional que acontece fora do útero. Mas, o que isso significa?

Muitas mamães têm essa e outras dúvidas em relação a essa teoria, e como nós estamos sempre antenadas em tudo que se refere ao Amor pela Criança, hoje viemos esclarecer o assunto.

Se você quer descobrir o que é a exterogestação e ainda receber dicas de como aplicar a teoria na prática, acompanhe a leitura abaixo com o blog Brandili!

O que é a exterogestação?

Você já reparou que os recém-nascidos de animais como cavalos, bois, girafas e elefantes já saem das mamães conseguindo andar? Os passinhos são desengonçados, claro, mas ao comparar a atividade desses filhotes com a dos bebês humanos, a discrepância entre os seus níveis de desenvolvimento é evidente.

Afinal, os nossos recém-nascidos são os mamíferos mais frágeis do mundo animal: eles precisam das mamães e papais para absolutamente tudo – até a alimentação pós-parto influencia diretamente na saúde dos pequenos pela amamentação!

Isso ocorre porque os bebês não nascem com o seu sistema nervoso central completamente pronto – um processo que é finalizado durante a gestação uterina de outros mamíferos, o que explica porque os potros e os bezerros conseguem andar imediatamente após o nascimento, por exemplo.

Pois essa é a ideia por trás da exterogestação! Criada pelo antropólogo Ashley Montagu e popularizada pelo pediatra Dr. Harvey Karp, a teoria diz que, durante os três primeiros meses após o nascimento, os bebês humanos ainda estão em gestação. Segundo o Dr. Karp, isso acontece porque a gestação deveria durar na verdade, 12 meses – então por que ela não dura?

O pediatra explica que, como nós evoluímos para sermos seres inteligentes e racionais, os cérebros humanos completamente desenvolvidos ficaram muito maiores do que o corpo das mulheres conseguiriam comportar no parto sem dificílimas complicações e riscos.

E, como é com 12 meses de idade que o cérebro finaliza o seu desenvolvimento, o nascimento dos bebês tem que acontecer antes (em torno dos 9 meses), para que as mamães consigam passar pelo parto de forma saudável.

Essa é a justificativa para continuar a tratar os recém-nascidos como se eles ainda estivessem no útero! Porém, o que isso tudo muda na prática?

Bom, o intuito da teoria é nos incentivar a tomar medidas para garantir o conforto do recém-nascido simulando o ambiente uterino no mundo externo, já que ele ainda precisa sentir a segurança que tinha na barriga para acabar de se desenvolver com sucesso.

Entenda como isso funciona e quais as suas demais importâncias nos próximos tópicos!

Como lidar com a exterogestação?

Em seu livro ‘O bebê mais feliz do pedaço’, o Dr. Karp fala sobre os 5 “s ” (Swaddling, Side stomach position, Shushing, Swinging e Sucking) que são capazes de fazer o bebê parar de chorar.

Essa técnica está diretamente ligada com a teoria da exterogestação, pois a maioria dos “s” buscam replicar o que o recém-nascido vivia na barriga para acalmá-lo.

Nós separamos algumas dicas que referenciam essas técnicas (em português, claro!) e que podem ser usadas durante todo o período da exterogestação – vem conferir!

1. Simule a sensação do útero

Mais do que ficar aconchegado, no período de três meses após o nascimento o bebê gosta de ficar apertadinho. Por isso, as tradicionais práticas de deixar o bebê solto, com bastante possibilidade de movimentação dos braços e perninhas, não são recomendadas na exterogestação.

Ao invés disso, temos o Swaddling, que significa envolver o recém-nascido (no colo, no canguru, no sling ou numa manta) e fazê-lo sentir como se estivesse no ventre materno.

Além disso, outro fator importante que faz falta no mundo externo para os bebês é a falta de gravidade – para imitar a sensação de flutuação do útero, segure o bebê de lado ou de bruços (Side stomach position) e balance-o (Swinging).

Apenas lembre-se de nunca deixá-lo dormir nessas posições, pois segundo a OMS essas duas posições aumentam as chances de uma morte súbita.

2. Não evitar os barulhos

É muito comum que todo mundo incentive o silêncio em torno de recém-nascidos, pensando que isso trará mais paz a eles. No entanto, a teoria da exterogestação discorda dessa prática e diz que, na verdade, os bebês estão mais que acostumados a ouvir sons o tempo inteiro. Afinal, no útero há barulhos constantes de gases, da digestão estomacal e por assim vai.

Logo, deixar alguns sons num volume baixo reproduzindo ao fundo é totalmente aceitável – e recomendado – para proporcionar aos recém-nascidos uma sensação de familiaridade e segurança.

Para isso, você pode manter fontes de ruídos brancos quando quiser acalmá-los: secador de cabelo, motor de carro, chuveiro e mesmo o “shhh” ressoado por todas as mamães são exemplos de barulhos que o “Shushing” se refere e incentiva.

3. Alimentação livre + sucção nutritiva

Nos primeiros três meses de vida, a teoria da exterogestação recomenda que a alimentação deve ser ofertada em livre demanda, como acontecia no útero. Mesmo que o bebê não esteja mamando o leite, é bom permitir que ele possa sugar o peito, porque na barriga a sua mãozinha ficava perto do rosto e facilitava que o dedinho fosse sugado.

Ao replicar essas atividades que se referem à palavra “Sucking” do livro do dr. Karp depois do nascimento, você está garantindo um vínculo com o pequeno e o seu aconchego. E para fazê-las da maneira mais saudável e segura possível, veja o que é o ingurgitamento mamário e como tratar!

Prontinho! Com essas três dicas simples e completas, você pode simular o ambiente do útero e garantir a aplicação da teoria da exterogestação de maneira adequada. Quer entender melhor qual o impacto dessas práticas? Veja abaixo!

Por que a exterogestação é tão importante?

Como você pôde ver, a exterogestação é essencial para fazer com que o bebê se sinta seguro no período gestacional que acontece depois que ele sai do conforto do útero.

As vantagens da teoria não acabam por aí – a dorzinha dos recém-nascidos causada pelas cólicas é reduzida com essas práticas, fazendo com que o estresse das mamães seja aliviado também.

Aliás, no blog Brandili nós temos conteúdos direcionados para a saúde das mamães também! Para cuidar do seu bem estar, entenda as mudanças que acontecem no pós-parto e alivie as suas preocupações emocionais e corporais!

E aí mamãe, gostou de conhecer essa teoria? Se você acredita que essa prática seja boa para o seu bebê, recomendamos que se aprofunde mais no assunto com o livro do Dr. Karp e também descubra o que acontece em cada fase de desenvolvimento no nosso post informativo!

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Jefferson Back

Autor: Jefferson Back

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Unisociesc Blumenau, atua no universo digital há quase dez anos. Pós-graduando em Neuromarketing e Brandsense pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é fascinado pelo mundo da comunicação e comportamento humano.

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