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Crianças brigando: por que ocorre e como lidar

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Crianças brigando é uma das cenas mais comuns da maternidade e já te adiantamos que isso não é ruim. Uma criança que discorda nem sempre é a vilã da história, é apenas uma pessoa em formação descobrindo as suas opiniões e sentimentos.

Portanto, não veja essa situação como algo negativo ou estressante, nós vamos te ajudar a entender melhor porque isso acontece e vamos te dar algumas dicas de como lidar com esses acontecimentos.

Briga de crianças: entenda porque isso acontece

As mães mais experientes usam o termo “briga de criança” com bastante frequência, pois sabem que essa situação é normal e que, em poucos minutos, os pequenos já estarão brincando juntos novamente. No entanto, essa fase merece atenção, afinal, são nesses primeiros conflitos que as crianças aprendem como lidar com as relações interpessoais.

O conflito entre as crianças é uma discórdia que acontece quando uma ou ambas se sentem ameaçadas, invadidas ou contrariadas. Nem sempre o briguento é o vilão da história, às vezes é reflexo de fome, sono, cansaço e reações às provocações.

Por exemplo, brigar com outra criança porque não quer dividir os pais, avós e tios é uma das causas mais recorrentes, afinal de contas, a sensação de ter que dividir a atenção com outra criança é doloroso para eles, ainda mais quando é de uma pessoa que eles estão acostumados a receber total visibilidade e afeto.

Até qual idade as crianças brigam?

Segundo Lívia Ferreira da Silva, pesquisadora da Unicamp e Unesp, até os 6 anos de idade as brigas costumam ser por socialização e propriedade. Nesse caso, os pequenos competem por brinquedos e espaços. Ser o primeiro da fila para estar mais perto da professora é um bom exemplo.

Durante essa fase eles estão desenvolvendo as noções de posse, o significado de emprestar e também de coordenar o desejo de ter e compartilhar.

A título informativo, as crianças brigam por motivos diferentes em cada idade. A partir dos 8 anos as brigas são resultados de provocações e gozações que acabam sendo um pouco mais hostis que as anteriores. É nessa fase que eles começam a praticar o deboche e o humor sarcástico.

Até meados dos 9 anos, as crianças possuem dificuldade para enxergar uma situação de forma empática, ou seja, do ponto de vista do colega. Por isso, até essa idade eles podem apresentar um comportamento reativo, porém, esse processo faz parte do amadurecimento.

Para te ajudar durante as fases de brigas e discussões das crianças, nós trouxemos o passo a passo para lidar com uma briga infantil. Leia na sequência.

6 passos para separar uma briga infantil

Discordar verbalmente envolve muito funcionamento cognitivo, como linguagem, raciocínio lógico e memória, mas quando essas discussões começam a ficar intensas com gritarias e xingamentos, não é mais interessante, muito menos quando parte para agressão física.

Por isso, se você pressentir que esses momentos acalorados estão chegando, intervenha. A questão é: como separar uma briga de forma saudável? Pois, saber lidar com a situação corretamente previne que ela aconteça em outros momentos.

1º passo: intervenha

Se a briga envolver agressões físicas, antes de tudo, intervenha, principalmente se estiverem numa situação entre tapas, socos e chutes – afaste ambos, dê preferência para aquele que está agredindo, assim evita que outros golpes sejam dados.

2º passo: imponha respeito

Ordene que acabem com a briga, parem de gritar, bater, chutar ou qualquer outra atitude que seja incoerente, dessa forma, você está mostrando que a figura de autoridade nesse momento é você. Mas lembre-se de fazer isso de maneira firme e empática ao mesmo tempo.

3º passo: entenda a situação

Um conselho é não rotular antes de entender os fatos, exemplo: “fulano é o que começou” e “ciclano é a vítima”, não faça isso. Dê a chance deles contarem o que aconteceu e escute a versão de cada um prestando atenção aos detalhes.

Com isso em mente, pergunte o que está acontecendo de forma amigável. Lembre-se de não falar gritando ou de alguma forma que incite a raiva novamente nas crianças.

4º passo: estabeleça um diálogo

Depois de esclarecer o motivo da briga, peça para que ambos conversem entre si para chegar a uma conclusão benéfica para ambos.

Esse é o momento de você se tornar o juiz da situação e ser imparcial. Assim como no passo anterior, é muito importante não tomar partido, ainda mais se forem irmãos, pois isso causa a sensação de “filho favorito”.

5º passo: medie a decisão

Às vezes a decisão que um deles sugeriu vai prejudicar o outro mais para frente, por isso é essencial saber como dizer não e mediar. Faça o seguinte, mude o cenário, proponha novas atividades como: “vocês não acham que já brincaram bastante de boneca? Que tal brincar de pega-pega?”.

Se não aceitarem brincar com outros brinquedos ou brincadeiras, então encontre uma forma de compartilhar – sem que uma das partes saia prejudicada. Ressaltar os pontos positivos de ambas as crianças também é um excelente ponto!

6º passo: restaure a amizade

Depois de tudo resolvido, é hora de hastear a bandeira da paz. Logo, mostre que não vale a pena competir ou machucar o amiguinho, explique de maneira educativa que brigas acontecem e que todos podem ter os seus próprios limites, promova a amizade entre as crianças e restabeleça a confiança entre ambos.

Sabemos que em alguns momentos o instinto dos pais é intervir de forma imperativa e bem autoridade. No entanto, essas formas de correções mais violentas desencadeiam insegurança, medo e desconfiança. Portanto, evite-as.

É possível educar uma criança com comunicação afetiva, diálogo e paciência. Ficou interessada no assunto? Nós temos um conteúdo super bacana sobre isso aqui no blog, leia como educar melhor usando a comunicação com afeto.

Vale dizer que esse post é especial, afinal de contas, faz parte do projeto Conversa de mãe comandado por Chris Flores e sua convidada da vez é Elisama Santos, uma psicanalista e educadora parental. Você não pode ficar sem ler esse conteúdo.

Nos vemos por lá!

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Jefferson Back

Autor: Jefferson Back

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Unisociesc Blumenau, atua no universo digital há quase dez anos. Pós-graduando em Neuromarketing e Brandsense pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é fascinado pelo mundo da comunicação e comportamento humano.

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