A introdução alimentar é uma das fases cruciais para o bebê, é nela que o paladar e os primeiros hábitos alimentares começam a se formar, sendo assim, você sabe qual é o momento exato para inserir novos alimentos na dieta do seu filho, além do leite materno?
Esse tipo de dúvida é comum para a maioria das mamães e papais, que se sentem ansiosos e com vários receios sobre por onde começar com a introdução alimentar.
De acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a alimentação do bebê deve ser iniciada após os 6 meses de idade. O leite da mãe é suficiente para suprir as necessidades da criança até certa idade. Esse cenário muda conforme o neném se desenvolve, criando a oportunidade para implementar os novos hábitos alimentares saudáveis.
O mais importante do processo da introdução alimentar é fazê-lo gradualmente, curtindo esse momento tão importante junto do seu bebê. Para te ajudar com isso, a Brandili reuniu informações completas sobre introdução alimentar que você precisa ficar de olho! Confira:
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O que dar primeiro na introdução alimentar?
Papinhas de fruta e de legumes são ótimos pratos para começar a apresentação de novos sabores ao paladar do bebê. Certifique-se de oferecer diferentes grupos alimentares na refeição, em potes separados, e alternar a combinação diariamente. Você pode usar os seguintes itens na receita:
- 1 porção de hortaliça como beterraba, cenoura, folhas verdes ou abóbora;
- 1 porção de cereal ou tubérculo como arroz, inhame, batata ou macarrão;
- 1 porção de proteína como ovos ou carne branca ou vermelha;
- 1 porção de grãos como lentilha, feijão, soja ou grão-de-bico.
A ideia de servir em porções diferentes e com os alimentos amassados apenas com o garfo, parte do incentivo ao movimento de mastigação que a criança precisa aprender. Além disso, ao experimentar separadamente cada alimento, o bebê descobrirá o gosto específico de cada um.
Ainda que seja muito jovem, a criança irá mostrar preferência por certos sabores. Por isso, é normal recusarem alguns alimentos e comerem outros em quantidades pequenas. Essas respostas, inclusive, são ótimas formas de conhecer melhor o seu pequeno e fornecer os alimentos da melhor forma possível.
Para identificar o que a criança não gosta de fato, ofereça o alimento em diversas situações, em média, de 8 a 10 tentativas diferentes, segundo o Ministério da Saúde.
Além disso, você pode contar com a ajuda de profissionais, como pediatras e nutricionistas para fazer o desmame noturno, já que a criança começa a se nutrir com alimentos novos e não necessita mais acordar durante a noite para mamar.
Para entender mais sobre esse momento, leia também o nosso post sobre como fazer o desmame noturno da melhor maneira!
O que não oferecer na introdução alimentar?
Fuja de açúcares, corantes e industrializados! Nos primeiros anos de vida, é essencial evitar alimentos com açúcar e corantes como doces, balas, chocolates, refrigerantes, sorvetes, bolachas e tantos outros.
A indicação para não oferecer alimentos industrializados, como aqueles disponíveis nos supermercados em latas, caixinhas e pacotes, está associada aos conservantes contidos na comida industrializada, processada e ultraprocessada.
O organismo do bebê ainda é muito frágil e está sujeito a ser prejudicado seriamente com este tipo de ingrediente – que é agressivo para qualquer idade!
Acerte na introdução alimentar com estas dicas!
Além de escolher os melhores alimentos, outros fatores como a rotina da família e a forma que os alimentos são oferecidos impactam no sucesso da introdução alimentar. Siga as dicas da Brandili e cuide de tudo isso!
Confira-as abaixo e entenda como fazer as melhores escolhas:
Não faça apenas papinha
A forma mais comum de fazer a introdução alimentar da criança e apresentar novos alimentos à ela é por meio das papinhas, amassando diferentes alimentos e deixando-os fáceis para a criança mastigar e apreciar seus sabores.
No entanto, é bom ficar atento e não se ater apenas a essa forma de alimentação. Isso porque a introdução alimentar é, também, um momento para descobrir as formas, texturas e sabores. Com as papinhas, você estará reduzindo todos os alimentos para a mesma textura, privando a criança de fazer algumas descobertas importantes.
Após 1 ano a criança já pode se alimentar com texturas diferentes. Lembre-se disso!
Conheça o método BLW
BLW é a sigla para o termo em inglês “Baby-led Weaning” que, em tradução livre, significa Desmame Guiado pelo Bebê. O método criado pela britânica Gill Rapley, uma agente da saúde, trata-se de colocar a criança à mesa, junto da família, durante as refeições.
Ali, pequenas porções são deixadas à disposição dela para que coma de forma autônoma. Cenouras cozidas e cortadas em palitos e raminhos de brócolis são ótimos exemplos.
Esses alimentos são colocados no alcance da criança e ela come com suas próprias mãos, em seu tempo, curtindo as texturas e os sabores, descobrindo seus sabores preferidos enquanto divide o momento de refeição com toda a família.
Lembre-se de que os bebês aprendem copiando
Se o jantar for arroz, feijão, legumes e carne, esses mesmos alimentos devem ser oferecidos à criança em uma porção pequena. Utilizar os mesmos alimentos que os adultos estão comendo na refeição da criança é um estímulo visual para ela.
Assim, seu pequeno aprenderá a se alimentar se espelhando nos adultos à sua volta e reproduzindo os seus hábitos.
Saiba administrar as vontades da criança
Uma grande dificuldade dos pais nesses momentos é lidar com as vontades da criança de provar os alimentos que devem ser evitados. Pode acontecer, por exemplo, de ela ver algum adulto comendo um chocolate e demonstrar vontade de comer.
É preciso ter em mente que não é porque ela viu, que precisa comer também! É claro que o ideal é evitar comer tais alimentos próximos dela, para servir de exemplo. Porém, se essa situação ocorrer, procure distrair a criança e fazê-la se esquecer dessa vontade.
Quando não for possível, seja firme ao negar sem elevar a voz. Não se esqueça que a prática de dizer não à criança é um bom caminho para educá-la!
Libere sucos e chás somente após o 1º aninho
Outra dúvida bastante comum referente a alimentação das crianças é sobre a possibilidade de oferecer sucos para elas. Essa opção deve ser oferecida apenas após seu primeiro ano de idade, visto que nos 12 primeiros meses de vida a hidratação deve ser feita exclusivamente por água.
Depois disso, tá liberado inserir sucos na alimentação preferindo, claro, as opções de frutas naturais, livres de corantes, açúcares e conservantes. O mesmo vale para os chás, sendo apenas os naturais!
Verifique a necessidade de fazer suplementação caso a criança não coma carne
O acompanhamento nutricional é indicado para todas as crianças, principalmente no período da introdução alimentar e no caso das crianças vegetarianas!
Seja pelo fato da família ser adepta ao vegetarianismo ou a criança ser resistente a esse tipo de alimento, você pode criar substituições práticas junto com o seu profissional da saúde para dar conta dos nutrientes que ficaram de fora do cardápio.
A troca da carne por outros alimentos deve assegurar que a criança ainda consuma a quantidade recomendada de ferro, ômega 3, cálcio, proteínas e vitamina B1. O ideal é trabalhar com uma grande variedade de alimentos e se atentar para a criação de um plano alimentar que não seja muito calórico.
A alimentação saudável infantil vai além do período de introdução!
Seguindo estas dicas, fica mais fácil fazer a introdução alimentar da criança da melhor maneira. No entanto, os cuidados com a alimentação saudável dos pequenos devem ir muito além desses primeiros anos de vida, atravessando toda a sua infância.
Por isso, a Brandili também preparou um post completo com dicas para manter uma alimentação saudável durante toda a infância, com boas práticas e até mesmo receitas que você pode colocar em ação. Que tal dar uma conferida por lá e continuar seus estudos? Até lá!