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Vamos falar sobre Alienação Parental: entenda esse problema delicado

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O divórcio é sempre uma situação complicada, ainda mais quando o casal tem filhos. Os pequenos, que nada têm a ver com o conflito de seus pais, acabam sendo inseridos em circunstâncias difíceis, que podem fazer muito mal para o seu desenvolvimento e seu relacionamento com a família. 

Uma delas é quando ocorre a alienação parental, uma espécie de disputa entre os pais que tem uma criança ou adolescente como objeto de vingança

Alienação parental é um termo jurídico que se popularizou muito no Brasil na última década. No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre essa questão. Para te ajudar com elas, a Brandili criou este post que vai te fazer entender melhor esse assunto delicado, mostrando os impactos na criança, como agir nessas situações e o que a legislação brasileira diz. 

Continue a leitura e entenda: 

O que é alienação parental 

Para te ajudar a entender esse conceito, vamos consultar primeiro o que diz a lei brasileira 12.318 de 2010, que trata sobre esse assunto. Logo em seu artigo 2º, a lei traz o conceito de alienação parental como: 

“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, que promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie o genitor ou que cause prejuízos ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. 

Simplificando este assunto, é quando um dos pais da criança ou adolescentes – ou outra pessoa que tenha ela sob sua autoridade, como os avós – induz o menor de idade a se voltar contra um de seus genitores por acusações falsas e fortes influências psicológicas. 

familia deitada na grama

Exemplos de atitudes de um alienante parental: 

Para ficar mais fácil de entender, confira abaixo algumas atitudes que podem ser caracterizadas pela lei como alienação parental: 

  • Fazer a criança acreditar ter sido abandonada ou que não seja amada pelo outro familiar;
  • dificultar o contato desse familiar com a criança;
  • dificultar o encontro entre os dois, colocando incessantemente barreiras que impeçam esses encontros de acontecerem;
  • omitir desse familiar informações pessoais de grande importância sobre o menor de idade, como informações escolares, médicas e alterações de endereço;
  • demonstrar à criança acusações falsas sobre o outro genitor, como falsas denúncias de maus tratos ou abusos;
  • mudar de endereço para um local distante e sem motivos, com o intuito de deixar a convivência entre os dois familiares ainda mais difícil.

As marcas deixadas na criança 

Quando falamos desse assunto, o foco parece ser a relação conflituosa entre os pais. Mas quem merece também grande atenção é a criança envolvida injustamente nessa disputa. Afinal, essa situação pode deixar marcas profundas em seu psicológico. 

Nessa situação, é comum que as crianças alienadas demonstrem um sentimento negativo de ódio e raiva contra seu familiar, alimentando crenças exageradas e irreais relacionadas à essa pessoa e, muitas vezes, se recusando a visitar ou se comunicar com esse seu genitor. 

Esses problemas tem um grande impacto no desenvolvimento dos pequenos, pois, segundo os dados do Ministério Público do Estado do Paraná, as crianças vítimas de alienação parental são mais propensas a desenvolver depressão, ansiedade, pânico, fazer o consumo de drogas e álcool para aliviar a dor e culpa, ter baixa autoestima, dificuldades para ter relações estáveis quando adultas e, em casos graves, cometer suicídio. 

Por esses motivos, é imprescindível dar total atenção para essa criança ou adolescente e, assim, mitigar todos os danos que essa disputa pode causar nela. 

familia feliz

Meu filho está sendo vítima desse conflito: e agora?

Nessa situação, o ideal é que você procure deixar de lado as desavenças que tem com o alienador e propor uma conversa com seu filho de forma simples e aberta, para reduzir todos os impactos. 

No momento do divórcio e diante dessas disputas entre os pais, é bastante comum a criança se sentir culpada e acreditar que o conflito está acontecendo por sua causa. 

Por isso, o que os psicólogos recomendam é colocar os motivos da separação de forma simples e clara diante dos filhos. Assim, eles tiram suas dúvidas e lidam com seus sentimentos. 

Depois do divórcio, é essencial para a saúde psicológica dos seus filhos que você fale dessa separação sem prejudicar a imagem de seu ex companheiro, tratando o assunto sempre de forma neutra. 

Isso porque, mesmo com a separação, as duas pessoas continuam tendo um papel importante na vida da criança. Tanto o pai quanto a mãe são figuras que representam o amor, o carinho, o apoio e a confiança. Perder essa figura ou manchá-la tem, como você já sabe, impactos profundos no psicológico dos filhos. 

A quem pedir ajuda

O cenário de quem vive na pele uma alienação parental é bastante complexo e delicado. Por isso, se você está passando por essas situações, tenha em mente que não é preciso enfrentar isso de forma solitária! 

A própria legislação brasileira fornece instrumentos para tratar esses conflitos da melhor forma, restaurando a relação familiar ao que deveria ser ou, em casos extremos, punindo o alienador. 

Quando precisar de ajuda e intervenção, você pode recorrer ao Conselho Tutelar de sua região e conseguir aconselhamento. Além disso, nada impede que acione o judiciário para tomar as medidas cabíveis. 

Em algumas situações, o juiz poderá determinar com urgência as providências necessárias para preservar a integridade e o bem-estar da criança ou adolescente centro desse conflito. 

familia grande

A solução proposta pela guarda compartilhada 

Para evitar os problemas graves trazidos por situações em que há alienação parental, a guarda compartilhada se apresenta como uma ótima solução na maioria dos casos. 

Esse regime, que tem embasamento na Lei 13.058 de 2014, propõe que ambos os genitores tenham proximidade da criança, participando de sua vida e de seus momentos importantes sem qualquer prejuízo dos direitos de seu ex-parceiro. 

Essa solução permite às crianças e aos adolescentes que cresçam sem grandes impactos pela separação, tendo sempre o apoio e a presença das figuras maternas e paternas tão essenciais para o seu desenvolvimento, seu bem-estar e sua auto estima. 

Não se esqueça da grande responsabilidade que é criar uma criança: no fim das contas, estamos formando adultos. Por isso, o carinho e a ternura precisam ser fatores presentes no dia a dia da educação de seus filhos. 

Em nosso blog, já produzimos um conteúdo sobre paternidade ativa assinado pela Chris Flores. Nós achamos que esse talvez seja um conteúdo que você se interesse! Que tal dar uma olhada por lá e continuar a sua leitura? 

Aqui no blog da Brandili estamos sempre publicando conteúdos e informações capazes de deixar a vida com as crianças muito mais gostosa e saudável. Por isso, esperamos te ver aqui em outras oportunidades. 

Até mais! 

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Jefferson Back

Autor: Jefferson Back

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Unisociesc Blumenau, atua no universo digital há quase dez anos. Pós-graduando em Neuromarketing e Brandsense pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é fascinado pelo mundo da comunicação e comportamento humano.

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