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Mães sobrecarregadas e a rotina da pandemia: o que rolou no Conversa de Mãe com Nanda Perim

7 minutos de leitura

A primeira live do Conversa de Mãe aconteceu lá no nosso perfil no Instagram, no dia 8 de março, Dia da Mulher. Você conseguiu acompanhar? A jornalista Chris Flores comandou uma conversa com a psicóloga Nanda Perim, que está à frente do perfil @PsiMama no Instagram. 

A estreia trouxe o tema “Mãe, emoção intensa”. E não foi apenas um sucesso. Mais do que isso, foi uma iniciativa necessária! 

O papo com a convidada, que é especialista em educação parental, revelou a realidade de muitas mães: o dia a dia se mostrou sobrecarregado durante a pandemia, com muitas demandas emocionais e dificuldade em estabelecer uma divisão justa de tarefas com o companheiro. 

Se você tem se sentido mais cansada do que o normal, ou acha que tem precisado se desdobrar em mais papéis do que apenas o de mãe, saiba que não está sozinha. Além de explicar por que a maternidade tem trazido à tona emoções ainda mais intensas, Nanda, que é mãe de dois meninos de 6 e 5 anos, mostrou dicas práticas. Acompanhe a seguir.

Apego é uma coisa, sobrecarga é outra

Nanda aponta que o apego ao filho, que é um fator natural, tem impacto no que a gente chama de emoções intensas. As mães amam e querem cuidar de perto dos filhos. Mas ela também mostra como a cultura patriarcal – aquela que coloca o homem como superior, ou mais importante do que a mulher – contribui para adicionar responsabilidades e cobranças nos ombros das mulheres. “A gente está fazendo o papel das pessoas que não estão fazendo o seu papel. A sobrecarga materna é isso: carregar a carga dos outros”, diz ela.

Para explicar, Nanda nos convida a pensar: logo cedo, quando uma menina ganha um brinquedo, geralmente é uma boneca, ou um item de cuidado doméstico. Já os meninos ganham jogos e super-heróis.

Quando um filho nasce, esses comportamentos diferentes ficam nítidos: a mulher segue cuidando da família, como aprendeu a fazer desde cedo, e o homem se sente livre para não se responsabilizar pelo lar, ou pela criança. Ela ainda provoca: nas festas de família, como Páscoa, Natal e Dia das Mães, os homens da sua casa estão sentados, ou estão arrumando, servindo, cozinhando e limpando?

Esgotada. Exausta. O que fazer?

Viu como não é à toa que as mães estão sobrecarregadas? Tal e qual um computador com muitas abas abertas, a mulher vai ficando lenta, cansada, e dá sinais de que pode falhar a qualquer momento.

Na pandemia, com mais tempo em casa e sem rede de apoio, o cotidiano ficou mesmo pesado para as mulheres. Elas estão exaustas, e sentem dificuldade de construir uma rotina, de se organizar, de lembrar de si mesmas e de se cuidar. Você se sente assim também?

Olha que interessante este ponto de vista: estar sobrecarregada e conseguir realizar 100% das tarefas referentes à casa e aos filhos, além de se cuidar e estar com as unhas feitas e o cabelo arrumado, podem ter um efeito enganoso… A mulher pode se sentir orgulhosa por fazer tanto; triunfante por conseguir segurar tanto a barra. Nanda faz sinal de alerta! É que muitas vezes a sociedade cobra que a mulher assuma esse papel, mas ele é inviável, e nada saudável. Melhor não cair nessa.

3 dicas de ouro

As questões foram colocadas na mesa, certo? Entendemos que essa emoção intensa da maternidade tem seu lado bom, de conexão com os filhos e a família, mas tem também um lado pesado, e que cobra um preço alto da mulher. Ela se vê física e psicologicamente esgotada. E então, o que fazer? Nanda tem dicas. Ou melhor, tem ferramentas para você colocar em prática e começar a equilibrar a balança da maternidade na pandemia.

  • Caneta e papel na mão

Escreva num papel todas as tarefas que não serão feitas se você não as executar pessoalmente. O almoço, cortar a unha da criança, recolher o lixo da casa, dobrar as roupas do varal. Tudo.

Enxergar a quantidade de atividades pelas quais você se responsabiliza ajuda a entender o tamanho da encrenca. E pode ajudar a conscientizar o seu companheiro sobre a importância da participação dele nas tarefas da família também. Por isso, peça que ele faça a mesma lista. Agora se sentem juntos em um momento calmo do dia e mostrem a lista um para o outro. Ficou nítida a diferença? Então é hora de redefinir com ele quais as tarefas que cada um vai se responsabilizar. 

Um aviso: espere o homem adquirir a habilidade que você passou uma vida treinando, ele não precisa fazer tudo exatamente como você faz. Deixar que o homem construa a própria relação com o filho, e encontre o jeito dele de executar as tarefas, faz parte do processo.

  • Rotina – pelo menos a de sono

Uma rotina estruturada pode ser a solução para trazer mais momentos de lazer e descanso para a mãe. Rotina estruturada é quando as principais atividades do dia têm hora marcada. Por exemplo: as refeições, a aula online, o passeio na praça, ver desenho, brincar com a mamãe e o papai, hora do banho, hora de ler história para dormir. Não precisa ser rígido, pode ajustar a rotina sempre que necessário. Mas ter um dia a dia previsível ajuda a evitar o caos, pois as crianças passam a ajudar quando já sabem qual é o esquema da casa.

Nanda sugere que pelo menos a rotina de sono seja cumprida. A orientação é levar as crianças para dormir às 20h30, no máximo. E que você vá dormir às 22h30, para ter uma boa noite de sono. 

Dessa maneira, você tem, garantidas, duas horas no fim do dia para fazer algo de que gosta (não vale lavar louça!). Nem que seja apenas curtir o silêncio da casa quando as crianças dormem.

  • Detox virtual

Quais perfis você anda seguindo nas redes sociais? Essas pessoas te fazem bem? Você se compara, se sente inferior, ou se cobra ao ver as fotos dessas/desses influenciadores? Sente que a sua vida é que está no caminho errado, e que na verdade você deveria ter aquele corpo, aquela roupa, aquela casa, aquele trabalho…? 

Esses não são bons sentimentos, nem bons pensamentos. Sensações negativas como as que aparecem quando se está passeando pelas mídias sociais contribuem para que você se sinta sobrecarregada, ao se ver tentando alcançar algo que, muitas vezes, é apenas encenação. 

A dica é fazer uma boa limpa na sua lista de “seguindo”. Aperte “deixar de seguir” – e siga em frente, mais leve!

Pequenos cuidados e ajustes nos hábitos diários podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida. Afinal, o amor pela criança também tem a ver com o amor que você sente e dedica a você mesma.

Repercussão

A live foi intensa – no melhor dos sentidos! Veja alguns comentários do nosso Instagram:

Live aprovada!

Lindo tema. Amei, parabéns. A Nanda fala com tanto carinho e amor com o público, o modo de explicar é tão mágico que me acalma. Sou mãe de dois e não é fácil. 

Por homens também:

Que papo massaaaa! Vários insights, inclusive para os papais. 

Teve até gente indicando a live – porque quem avisa, amigo é 😉

Amiga, lembrei tanto de você ouvindo essa live. Papo bom demais. Quando você tiver um tempinho, assiste. Bjo grande. Saudades!

Assista à primeira live do Conversa de Mãe com Chris Flores e Nanda Perim, do @psimamaa. 

O Conversa de Mãe acontece mensalmente no perfil da Brandili no Instagram (@brandilitextil). Acompanhe!

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Jefferson Back

Autor: Jefferson Back

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Unisociesc Blumenau, atua no universo digital há quase dez anos. Pós-graduando em Neuromarketing e Brandsense pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), é fascinado pelo mundo da comunicação e comportamento humano.

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